sábado, 9 de agosto de 2014

Voltei a dormir !

              Tem dias que fica mais fácil. Tem alguma coisa que não está certa, está fora do lugar. Como uma porta entreaberta, uma cadeira mal posicionada, uma cama mal arrumada, uma torneira pingando, não está errado, mas não está da maneira que deveria estar.
              Hoje é um dia desses, dia em que tudo está bem, mas que mesmo assim está diferente, está estranho.
              Me senti pequena novamente, feito criança em primeiro dia de aula, primeiro dia na nova escola, com novos amiguinhos, ou até mesmo primeiro dia de emprego novo: Aquela dor na barriga, mãos úmidas, tique nervoso nas pernas, na boca, sensação de que algo bom está começando, mas que antes disso tem muito nervoso pela frente.
              Chego a conclusão de que nem todo recomeço, nem todo começo é confortável, muito pelo contrário, é chato, da medo, e eu tenho medo de sentir medo. Complicado né?
              Me escondi no meu casulo, desisti de me tornar borboleta amanhã, posso esperar até o verão, lá estará mais quente, com dias mais coloridos e pessoas mais calorosas, com um que a mais de certeza. Hoje não, voltei a dormir, fingi que era um sonho ou talvez um pesadelo todos esses pensamentos que não me levaram a nada.


quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Hoje eu já não sou mais metade

Um certo dia eu decidi pensar em tudo aquilo que eu diariamente lutava para que minha mente não pensasse.
Eu lembrei de cada telefonema que fiz e caiu na caixa postal, pois é, não existiu frase que eu mais tenha escutado em nosso relacionamento “SUA CHAMADA ESTÁ SENDO ENCAMINHADA PARA A CAIXA DE MENS....”, ou seja, nossas conversas nunca chegavam a acontecer. Lembrei também, daqueles dias em que íamos ao cinema, em que tinha pipoca, refri, chocolate, começavam bem, mas terminavam com você dormindo em meu ombro e eu com o ombro levemente molhado. Não teria problema você dormir, não mesmo, acontece, pessoas dormem quando não deveriam, mas isso não seria um problema se você não dormisse sempre que eu precisasse de você acordado, olhando em meus olhos e falando que sim, eu era a sua pessoa.
            Eu lembrei de tantas coisas que queria esquecer, mas lembrei de coisas que me fizeram lembrar que a vida é muito mais do que lembranças que queremos esquecer. Acredita que, enquanto eu conversava com sua caixa postal, o carinha da faculdade me mandava mensagens dizendo que eu era a deusa da matemática? Ah, o padeiro mirim me parava sempre que eu saia para trabalhar, perguntando se hoje eu queria sonho de creme ou de doce de leite, sabe o engraçado? O sabor que eu escolhesse teria de tarde fresquinho para eu comprar e eu tola, ingênua me contentava com um pão francês. Você sempre teve ciúmes do carinha do curso de francês, e eu sempre dizia que não tinha nada, que ele era meu colega de classe e só, mas hoje eu pensei, você estava certo, ele vivia me dando piscadelas, sorrisos tortos e eu não percebia.
            Eu percebi que fui metade, fui sua metade. Mas eu sou grande demais, intensa demais, para ser somente metade. Sou espaçosa, preciso de espaços para eu preencher, ser metade é pouco, só Deus e meus pais sabem o quanto de espaço eu preciso para me sentir satisfeita.  Fomos felizes, você me deixou, eu chorei, mas passou.  Estou assustada pelo fato de descobrir que ser metade é pouco, que eu preciso ser completa, inteira e preciso de alguém que aguente toda essa intensidade, toda essa minha mal criação (mãe e pai, me desculpem, mas eu sou mal criada com as pessoas).

            Obrigada por tudo, mas adeus. Hoje eu não sou mais a sua metade. Hoje eu sou inteira.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

- Não deixe o frio entrar

E é um frio, que se mistura com a dor, com o medo, a sensação de que está acontecendo tudo, tudo de novo. É salgada, como a água do mar, é a mesma sensação de se estar sendo levado pela maré, sem se ter controle sobre as ondas, sem o controle do corpo, da mente, é se deixar levar sem ter a vontade de ficar.
Arrepia, é estranho, como se você não fosse mais você, como se suas escolhas não fizessem mais sentido, como se não existisse mais o hoje, o ontem e o amanhã. Derrubaram suas barreiras, destruíram suas fronteiras, vulnerável e frágil, dando livre acesso as suas fraquezas, dando poder a quem não merece nem o seu saber.
É como um eco em uma casa vazia, na verdade você se tornou a casa vazia, sem lembranças, sem passado, tem pretensões para o futuro. Não lembra mais da música que gostava, dos amigos que fizera, dos beijos, abraços, lágrimas, você não se lembra  mais do que você era. Acabou. O fim é um novo começo ou o começo é mais um novo fim?
Sem forças para lutar contra a maré, sem esperança para acreditar no novo, as coisas boas vão ficando tão distante, que você chega a se questionar se um dia elas já existiram. Mas porque? Porque?  É a única coisa que você se permite questionar. Porque?

Não seja mais o frágil, não tenha medo do impossível, lute para que não seja mais um livro esquecido, uma obra não concluída, lute para que sua identidade seja reconhecida, mas não porque você quer a glória, mas sim porque você merece fazer parte de algumas memórias. E lembre-se sempre, não deixe o frio entrar.

sábado, 8 de março de 2014

Um breve comentário

Se eu pudesse contar quantas vezes eu vim aqui desabafar, falar dos amores que perdi, das decepções que sofri, eu poderia escrever um livro. Mais uma vezes eu e mais ninguém, somente eu, me iludi.

Eu e um guarda chuva furado !

No começo pensei em escrever sobre a vida, sobre meus amores, desamores, sobre meus amigos, o que normalmente eu fazia, acho que era o que eu mais dava importância a algum tempo atrás. Hoje acordei pensando nisso, sobre o que escrever, até porque minha rotina tem sido a mesma a semanas, acordar cedo, correr, estudar, almoçar, esperar meus pais, jantar e dormir, sem muitas alterações com o decorrer da semana. Com uma rotina determinada é difícil ter fatos novos sobre amor, amigos, família para escrever e refletir. Eis que surgiu a ideia de escrever de tudo, tudo aquilo que me vier em mente, seja sobre a faculdade, minha família, meus desamores (amor é que não está tendo), amigos, etc.
Ontem aconteceu um fato até que engraçado, se eu pensar nele hoje, porque ontem não teve graça alguma. Semana que vêm terei minha última prova de cálculo na faculdade e como tive dificuldades durante o semestre, fui a busca de um professor que pudesse me orientar, me ensinar a matéria que não havia entendido. Esse professor mora relativamente perto de casa, um ônibus mais uns 15 minutos de caminhada. Minha aula ontem foi no período da tarde. Durante a aula ele comentou que iria chover e muito, pois já estava ventando bastante e o céu escurecendo, o que não seria normal, pois como estamos no horário de verão, aqui só começa a escurecer por volta de 20:00 horas e ainda eram 18:00. Eu como tenho medo, pavor, horror a chuvas com direito a raios, trovões, relâmpagos e todo o barulho, resolvi que sairia mais cedo da aula e voltaria para casa antes da chuva. Quando sai da casa dele já estava garoando, mas aquela garoa fraquinha, ele me emprestou um guarda-chuva (furado) e lá fui eu andar meus 15 minutinhos. Tudo em vão. A chuva me pegou no meio do caminho. Nunca passei tanto medo na minha vida. Eu estava sozinha, em um lugar que quase não conheço, de sapatilha, com um guarda-chuva furado, no meio de uma chuva horrível, para ajudar chovendo granizo. Eu não sei como não comecei a gritar no meio da rua. Lembro que comecei a rir, desesperadamente, pensando o que mais falta ? Para terminar a noite com chave de ouro, o lugar alagou e eu linda e maravilhosa, só querendo aprender matemática, fiquei no meio do alagamento, sem ter para onde ir.
Resumindo, consegui chegar em casa, entrei em um ônibus que estava tão cheio, que as pessoas estão quase penduradas pela janela.
Não contente com minha sorte, para terminar com diamantes minha noite, não tinha energia em casa.  Esse foi o ápice para começar a choradeira. Chorei mais que criança quando se perde dos pais.
Acordei com dores nas pernas devido a tanta chuva que tomei, mas acordei feliz, feliz porque estava acordando na minha casa, na minha cama e o medo já tinha passado.

Espero que daqui a 4 anos, quando terminar a faculdade, eu leia esse texto e diga, que valeu apena cada gota de chuva, cada raio e cada suspiro de medo.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Ser Especial


Normalmente fim de ano letivo é junto com fim do calendário anual. Bem, eu disse normalmente, e como na maioria das vezes não me enquadro no normal, isso também não poderia ser diferente. Faço faculdade Federal, acho que muitos não sabem, mas ano passado ela ficou em greve, o que atrasou todo o calendário escolar de milhares de alunos e isso reflete ainda hoje. Em pleno dia seis de janeiro de dois mil e quatorze eu estava indo para a faculdade assistir uma aula de cálculo, melhor dizendo, estava me preparando para uma prova, enquanto meus amigos e familiares me mandavam fotos de suas viagens, das festas e dos momentos divertidos de pessoas que tem férias.  Essa não foi a única prova, não mesmo, depois dela devo ter feito umas duas e devo fazer ainda umas três, para ai sim, concluir meu semestre e ter minhas “férias”.

Eu nunca quis ser igual aos outros, nunca quis ser o padrão, acho que ser diferente é gostoso, mas isso acarreta tantas coisas que nem sempre são tão deliciosas assim. Queria ser diferente porque, primeiro, nunca fui extremamente bonita, daquelas garotas que todos param quando passa, não estou dizendo que sou feia, não é isso, só estou dizendo que por beleza eu não teria muito atenção. Também nunca fui engraçada demais, daquelas pessoas que, sempre deixa as pessoas rindo pelo jeito espontâneo e engraçado, também não sou assim. Ai eu descobri que sou uma pessoa de opinião forte, uma pessoa que não se convence fácil, desconfiada das coisas, que precisa sempre de uma prova a mais, extremamente detalhista, que para o senso comum é sinônimo de gente cricri.

E como sempre, toda escolha tem uma consequência, a minha foi que, eu sou extremamente controladora, quero controlar o tempo, as pessoas, as ações, os sentimentos, os pensamentos, mas é claro, é óbvio, que não posso fazer isso, não temos poder diante de coisas abstratas, aliás não é legal querer ter poder sobre os outro. Eu nunca quis ser normal, nunca quis ser igual, mas cheguei a um ponto que me questiono, se aqueles meus amigos que não ligavam, não se importavam com as coisas, não tentavam controlar tudo, se eles não tem uma vida mais tranquila que a minha.

Eu não sei se fiz escolhas certas, se estou no caminho certo, mas sei que mesmo com os momentos atípicos, as situações ruins, eu gosto de ser diferente, de pensar diferente, de não ser tão igual. Isso de certa forma me faz sentir especial, mesmo que isso muitas vezes me faça questionar tudo que tenho como certo.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Hoje eu quero ..



Quando comecei a escrever foi porque estava apaixonada, não fazia a menor ideia de como lidar com aquilo (não faço até hoje). Ele era 2 anos mais velho, da escola, um bad boy e eu a nerd, patinho feio que de repente se viu com uma vontade imensa de mudar, de se aprimorar, para poder assim ser notada.


Valeu a pena as mudanças, porque muitas delas me fizeram uma pessoa melhor, mais corajosa, me fez entender que eu tenho de aprender a me amar antes de amar outra pessoa.  Passado o tempo que comecei a escrever para o blog, essa minha paixão durou mais uns 5 anos, pois é, até quase esse presente momento. Tempo demais. Emoções demais. Sorrisos demais. Lágrimas demais. Acabou, hoje me encontro no 0x0, não marco o gol, mas também não deixo que marquem.


Confesso que mudei muito, não sei se para melhor, pior, se me tornei o que planejava me tornar quando tinha 14 ano, não sei se faço a faculdade que gosto, se escolhi o que era melhor, não sei se realmente não gosto de beber, se não gosto de ser a irresponsável, louca que não se importa. Fico completamente na dúvida.


Hoje me pego tentando ser o que não sou, querendo agradar pessoas que não merecem nem meu olá. Choro por amizades que se foram, amores que não duraram, livros que já terminei de ler, choro sem nem saber mais o porque. Me pego sorrindo pela criança correndo, o sol nascendo, o casal de velhinhos de mãos dada, vivo sorrindo sem ter hora marcada.


Descobri que o tempo vai passar, as coisas vão mudar, mas que a essência sempre será a mesma, não importa o que se faça, o seu eu de verdade não muda.


Hoje só quero ser feliz, seja como for, sozinha na sala, não dormindo de conchinha, não fazendo o curso que talvez eu gostaria de fazer, mas eu quero ser feliz. Construir minha casinha com os tijolos quebrados que tenho, fazer meu teto com cada sonho realizado e a porta de casa será a junção de cada amizade cultivada.