No começo pensei em escrever
sobre a vida, sobre meus amores, desamores, sobre meus amigos, o que
normalmente eu fazia, acho que era o que eu mais dava importância a algum tempo
atrás. Hoje acordei pensando nisso, sobre o que escrever, até porque minha
rotina tem sido a mesma a semanas, acordar cedo, correr, estudar, almoçar,
esperar meus pais, jantar e dormir, sem muitas alterações com o decorrer da
semana. Com uma rotina determinada é difícil ter fatos novos sobre amor,
amigos, família para escrever e refletir. Eis que surgiu a ideia de escrever de
tudo, tudo aquilo que me vier em mente, seja sobre a faculdade, minha família,
meus desamores (amor é que não está tendo), amigos, etc.
Ontem aconteceu um fato até que
engraçado, se eu pensar nele hoje, porque ontem não teve graça alguma. Semana
que vêm terei minha última prova de cálculo na faculdade e como tive
dificuldades durante o semestre, fui a busca de um professor que pudesse me
orientar, me ensinar a matéria que não havia entendido. Esse professor mora
relativamente perto de casa, um ônibus mais uns 15 minutos de caminhada. Minha
aula ontem foi no período da tarde. Durante a aula ele comentou que iria chover
e muito, pois já estava ventando bastante e o céu escurecendo, o que não seria
normal, pois como estamos no horário de verão, aqui só começa a escurecer por
volta de 20:00 horas e ainda eram 18:00. Eu como tenho medo, pavor, horror a
chuvas com direito a raios, trovões, relâmpagos e todo o barulho, resolvi que
sairia mais cedo da aula e voltaria para casa antes da chuva. Quando sai da
casa dele já estava garoando, mas aquela garoa fraquinha, ele me emprestou um
guarda-chuva (furado) e lá fui eu andar meus 15 minutinhos. Tudo em vão. A
chuva me pegou no meio do caminho. Nunca passei tanto medo na minha vida. Eu
estava sozinha, em um lugar que quase não conheço, de sapatilha, com um
guarda-chuva furado, no meio de uma chuva horrível, para ajudar chovendo
granizo. Eu não sei como não comecei a gritar no meio da rua. Lembro que
comecei a rir, desesperadamente, pensando o que mais falta ? Para terminar a
noite com chave de ouro, o lugar alagou e eu linda e maravilhosa, só querendo
aprender matemática, fiquei no meio do alagamento, sem ter para onde ir.
Resumindo, consegui chegar em
casa, entrei em um ônibus que estava tão cheio, que as pessoas estão quase
penduradas pela janela.
Não contente com minha sorte,
para terminar com diamantes minha noite, não tinha energia em casa. Esse foi o ápice para começar a choradeira.
Chorei mais que criança quando se perde dos pais.
Acordei com dores nas pernas
devido a tanta chuva que tomei, mas acordei feliz, feliz porque estava
acordando na minha casa, na minha cama e o medo já tinha passado.
Espero que daqui a 4 anos, quando
terminar a faculdade, eu leia esse texto e diga, que valeu apena cada gota de
chuva, cada raio e cada suspiro de medo.